A inveja sempre foi um grave problema no relacionamento humano. Ela é definida como um sentimento de profundo pesar pelo sucesso alheio.
Muitos não se importam com a inveja de seus adversários e a ignoram por completo, enquanto outros se preocupam, e muito, com esse sentimento, porque sabem que, por trás dele, há forças malignas estimulando disputas. Realmente, a inveja parece ser quase inofensiva, mas seus frutos são cruéis a ponto de conduzir suas vítimas ao extremo.
A Bíblia fala sobre a inveja muito mais do que se imagina, quer direta ou indiretamente. O primeiro caso aconteceu logo no princípio da humanidade, entre os dois primeiros filhos de Adão e Eva: Caim e Abel. Eles apresentaram suas ofertas de sacrifício a Deus, mas Ele Se agradou do sacrifício de Abel e não do de Caim. O autor sagrado diz: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim” (Hebreus 11.4).
Significa dizer que ambos ofereceram ofertas de sacrifício. E porque Abel agradou a Deus, Caim contraiu o espírito da inveja em seu coração. E isso o levou a assassinar seu irmão.
O mesmo sentimento foi contraído pelos filisteus em relação a Isaque. “Semeou Isaque naquela terra e, no mesmo ano, recolheu cento por um, porque o Senhor o abençoava. Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou riquíssimo; possuía ovelhas e bois e grande número de servos, de maneira que os filisteus lhe tinham inveja.” (Gênesis 26.12-14).
O espírito de inveja dos filisteus os instigou a entulhar todos os poços de água que Abraão havia deixado para Isaque. “E, por isso, lhe entulharam todos os poços que os servos de seu pai haviam cavado, nos dias de Abraão, enchendo-os de terra.” (Gênesis 26.15).
Depois de Isaque, foi a vez de Jacó, seu filho, sofrer nas mãos de Labão, seu sogro, por causa da inveja. Em seguida, vem José, que foi vendido pelos irmãos aos mercadores do Egito por o invejarem.
Aliás, José é um tipo do Senhor Jesus, pois, assim como ele foi vendido pelos irmãos, também o Senhor Jesus foi vendido pelos próprios irmãos aos romanos. Pilatos sabia muito bem disso, pois, quando viu que não havia nenhuma acusação real contra o Senhor, perguntou ao povo: “...A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado.” (Mateus 27.17,18).
Entre os muitos casos de inveja, um dos mais patentes foi o de Saul em relação a Davi. Diz o texto: “Sucedeu, porém, que, vindo Saul e seu exército, e voltando também Davi de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores, com júbilo e com instrumentos de música. As mulheres se alegravam e, cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares. Então, Saul se indignou muito, pois estas palavras lhe desagradaram em extremo; e disse: Dez milhares deram elas a Davi, e a mim somente mi-lhares; na verdade, que lhe falta, senão o reino? Daquele dia em diante, Saul não via a Davi com bons olhos. No dia seguinte, um espírito maligno, da parte de Deus, se apossou de Saul, que teve uma crise de raiva em casa” (1 Samuel 18.6-10).
Nós cremos que Deus permitiu que este espírito imundo se apossasse de Saul e não que viesse da parte Dele. Os autores antigos tinham-No como um chefe duro e inflexível. Quando o Senhor Jesus veio, mostrou a verdadeira imagem de Deus, ou seja: manso, humilde, cheio de compaixão, misericordioso, amoroso, enfim, verdadeiramente, o Pai.
Mas o fato é que o texto mostra claramente que há sempre um espírito imundo por trás da inveja, espírito este que induz a pessoa a tomar atitudes contra a pessoa invejada.
Este espírito também toma forma no meio religioso. Não são poucos aqueles que, por não terem a mesma fé de um outro irmão, tentam obstruir o seu sucesso trazendo palavras de dúvida.
Temos ouvido muitos “irmaus” agindo com o mesmo espírito de Caim. Eles não têm fé para fazer as ofertas de sacrifícios ou não têm coragem, ou nenhuma afinidade com aquilo que dizem crer, mas estão sempre dispostos a usar trechos isolados da Bíblia para tentar impedir que os verdadeiros adoradores possam oferecer a Deus o perfeito sacrifício.
A vida cristã se resume nas palavras do Se-nhor Jesus quando disse: “dai, e dar-se-vos-á; ...porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” (Lucas 6.38).
Nossa colheita depende da forma como plantamos. Se nos esforçamos para dar o melhor ao solo, então ele nos devolverá também o melhor. Na vida cristã, não é diferente. De acordo com o Senhor Jesus, com a mesma medida, a mesma disposição em ofertar a Deus, também seremos medidos e abençoados. A oferta de Abel tinha sangue, ou seja, tinha vida, enquanto que a de Caim, apesar de ser também de sacrifício, não tinha sangue ou vida. Caim manifestou a inveja por culpa dele mesmo, pois, se tivesse feito o melhor, Deus o recompensaria, porque, afinal de contas, Ele é o Justo Juiz.
Portanto, o espírito de inveja se dá por culpa do próprio invejoso. Mas aquele que é prudente procura evitar expor seu tesouro ou sua fé justamente para ninguém vir corrompê-los.
O rei Ezequias, insensatamente, mostrou todos os seus tesouros para os emissários do rei da Babilônia. Conclusão: mais tarde, aqueles tesouros foram roubados e levados para a Babilônia. Assim também é em relação à fé. Ela é uma fonte de vida, um verdadeiro tesouro inesgotável que não se pode colocar em risco em hipótese alguma. O diabo e seus filhos sabem que a fé é uma ferramenta imbatível, por isso têm usado a dúvida para contrapô-la. Portanto, como o apóstolo Paulo disse: “A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus...” (Romanos 14.22).
Se você está firme na fé e disposto a fazer uso dela para alcançar os benefícios prometidos na Bíblia, procure não expor suas convicções pessoais perante “irmaus” ou incrédulos assumidos. O Senhor Jesus disse que não devemos lançar pérolas aos porcos. Procure agir sua fé sem tocar a trombeta, pois o segredo ainda é uma arma poderosa.
(Artigo retirado do site Arca Universal)
Na fé, obr. Tami!
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